quinta-feira, 19 de maio de 2011

JUSTIFICATIVAS PARA UM PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA

Por sermos uma espécie pensante, temos tendência de cuidar seriamente daquilo que tem mais valor. Cuidamos do motor do carro para não fundir, da casa para não deteriorar, do trabalho para não sermos superados, do dinheiro para não faltar. Alguns se preocupam com suas roupas; outros, com suas jóias, e, ainda outros, com sua imagem social.
Mas qual é o nosso maior tesouro?  O que deveria ocupar o centro de nossas atenções? O carro, a casa, o trabalho, o dinheiro, as roupas, as viagens? Não! A vida! Sem ela, não temos nada e não somos nada. E sem qualidade de vida, ainda que estejamos vivos, não temos sentido, encanto, saúde e prazer de viver.
Sem qualidade de vida, os ricos se tornam miseráveis; os fortes se tornam frágeis; os famosos vivem uma farsa. Mas será que cuidamos com seriedade da nossa qualidade de vida? Raramente.
Quem é mestre em administrar sua emoção? Muitos governam países, mas são controlados por suas emoções doentes. Quem é especialista em liderar seus pensamentos? Muitos dirigem empresas, mas são algemados pelos seus pensamentos. Sofrem por pequenos problemas e, o que é pior, por coisas que nunca irão acontecer.
Até psicólogos e psiquiatras, que são profissionais com a responsabilidade de cuidar da saúde dos outros, têm dificuldade para cuidar da sua qualidade de vida. Muitos exigem demais de si, trabalham excessivamente, não têm tempo para se dedicar àquilo que mais amam. São dedicados com os outros, mas são péssimos para si mesmos.
Olhe para sua experiência de vida. O que você tem feito para ser uma pessoa mais alegre, serena e segura? O que você tem feito para superar sua impaciência, ansiedade, irritabilidade?
Alguns jovens só conseguem perceber algo de errado em suas vidas quando se tornam adultos frustrados, cujos sonhos foram enterrados nos becos da sua história. Alguns pais só conseguem perceber sua crise familiar depois que suas relações com seus filhos são esfaceladas. Alguns profissionais só conseguem perceber que perderam o encanto pelo trabalho quando ficam deprimidos no domingo à tarde.
Observe que um barulho no carro nos perturba e nos faz ir ao mecânico, mas muitas vezes nosso corpo grita através da fadiga excessiva, dores musculares, dores de cabeça e outros sintomas psicossomáticos e não fazemos nada. Ele está nos avisando que estamos estressados e que precisamos tomar atitudes, mas não ouvimos a sua voz. Alguns só ouvem a sua voz quando estão num hospital  enfartados.
Nossa espécie está passando por uma crise sem precedente. Desenvolvemos uma tecnologia do lazer como nenhuma outra geração, mas não desenvolvemos tecnologia psíquica e educacional para nos transformar, para irrigar nossa emoção com prazer.
Há graves contrastes nas sociedades modernas que estão diante dos nossos olhos e não enxergamos. Protegemos nossas casas com grades nas janelas e com fechaduras nas portas, mas não sabemos como proteger nossa emoção contra as preocupações e dificuldades da vida.
Milhões de pessoas acordam cansadas, não aquietam sua mente, se tornam máquinas de trabalhar. São vítimas do sistema social, não param de pensar, não viajam para dentro de si mesmas.
Todos esses argumentos revelam a necessidade vital e urgente de um programa de qualidade de vida.
Augusto Cury  
(Retirado do livro: "12 semanas para mudar uma vida").

Você está convidado a, durante nossas aulas, fazer uma viagem ao fantástico mundo do funcionamento da nossa mente.  

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