quinta-feira, 2 de junho de 2011

O RESGATE DA LIDERANÇA DO EU

            De acordo com a Teoria da Inteligência Multifocal, de Augusto Cury, o “EUrepresenta nossa capacidade crítica, nossa vontade consciente e capacidade de decidir. O “EU” é a nossa identidade.
            O “EU” não são meros pensamentos e emoções. O “EU” é a nossa capacidade de analisar as situações, duvidar, criticar, fazer escolhas, exercer o livre-arbítrio, corrigir rotas, estabelecer metas, administrar as emoções e governar os pensamentos.
            Um “EU” doente, sem estrutura e maturidade é indeciso, inseguro, instável, impulsivo, ansioso, escravo dos pensamentos e das emoções destrutivas. Mesmo intelectuais, executivos e líderes sociais podem ter um “EU” doente ou imaturo.
            Nossa história, arquivada na nossa memória, é a caixa de segredos da nossa personalidade. Somos construídos pela carga genética e pelo ambiente educacional e social, representados pelos nossos pais, professores, amigos, colegas, escola, televisão, esporte, música, uso da Internet e etc. Somos construtores da nossa personalidade através da liderança do “EU”.
            A cada ano, milhões de pensamentos e emoções são registrados na memória tecendo complexas redes de matrizes. Pouco a pouco, essas matrizes preparam a formação do “EU”.
            Na adolescência o “EU” deveria estar razoavelmente alicerçado. Na vida adulta, ele deveria estar estruturado a tal ponto que deveria assumir plenamente a capacidade de liderança do próprio ser.
            O grande problema é que a maioria das pessoas não desenvolve um “EU” crítico, lúcido, coerente, capaz de tomar decisões certas na hora certa. Assim, não se torna autor da própria história.

AUGUSTO CURY

AFINAL DE CONTAS O QUE É SER AUTOR DA PRÓPRIA HISTÓRIA?

            Se considerarmos a mente humana como um grande teatro, é possível afirmar que, devido à fragilidade do “EU” para atuar dentro de si, a maioria das pessoas fica na platéia assistindo passivamente a seus conflitos e misérias psíquicas encenados no palco. Precisamos sair da platéia, entrar no palco dos nossos pensamentos e emoções e dirigir nossa história.
            O que você faria se a relação com as pessoas que você ama estivesse em crise, se o encanto pela vida estivesse acabando e o prazer pelo seu trabalho estivesse se esgotando? Lutaria para reconquistar o que mais ama? Ficaria paralisado na platéia pelo medo e dificuldades ou entraria no palco e resolveria ser autor da sua história?
            Apesar da mente humana ser de indescritível beleza, a personalidade adquire conflitos com facilidade: complexo de inferioridade, timidez, fobias (medos), depressão, obsessão, síndrome do pânico, doenças psicossomáticas, rigidez, perfeccionismo, insegurança, impulsividade, preocupação excessiva com o futuro e com a imagem social. 
Alguns são controlados pelos traumas do passado; outros, pelas decepções do presente. Uns resolvem com facilidade suas dificuldades, outros perpetuam suas doenças psíquicas por anos ou décadas. Não aprenderam  a intervir no seu próprio mundo. Vivemos em sociedades livres, mas nunca houve tantos escravos no território da emoção. 

AUGUSTO CURY

O IDIOTA E A MOEDA

          Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia às custas de uma pessoa taxada por todos como um completo idiota....
Um pobre coitado, de pouca inteligência,  vivia já há anos de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o moço ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de apenas 400 RÉIS e outra menor, mas de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior que valia menos.
E nisso se resumia a diversão da turma toda.
Certo dia, uma pessoa de bem,  moradora da cidade, querendo poupar o moço destas sessões de humilhação chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
            _ Eu sei, respondeu o moço. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, eles não farão mais a brincadeira comigo e não vou mais ganhar minha moeda”.

Podemos tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: .............................................Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: ......................................Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: ..............Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

A conclusão mais interessante é :
*A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

*O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

*Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.
Porque sua CONSCIÊNCIA, de forma maiúscula, é o que você é, enquanto sua reputação é de forma minúscula, o que os outros pensam de você.
E o que os outros pensam... é problema deles.
(Texto de Arnaldo Jabour)

EXERCÍCIOS PARA PRÁTICA DIÁRIA

1) Treine aprender a pensar antes de agir. Treine usar a ferramenta do silêncio nos focos de tensão (nos momentos em que você estiver alterado, nervoso... )
2) Todo ser humano, quando constrói um pensamento, é um grande artista, ainda que viva no anonimato. Jamais se sinta inferior às pessoas.
3) Nunca desista das pessoas que você ama e nunca desista de você mesmo.
4) Não seja um escravo dos seus conflitos. Tenha um “EU” lúcido e crítico, que sabe o que quer. Exercite diariamente sair da platéia, entrar no palco da sua mente, ser líder de si mesmo. Resgate a liderança do “EU”.
5) Enfrente com dignidade suas dores, dificuldades, angústias, humor triste, pensamentos negativos. Não tenha medo de suas mazelas psíquicas; mas, sim, receio de ser omisso, de não ser autor da sua história.
                                                                             Augusto Cury