sexta-feira, 7 de maio de 2010

A ESCOLA

A ESCOLA
PAULO FREIRE
“ESCOLA É...
O LUGAR ONDE SE FAZ AMIGOS.
NÃO SE TRATA SÓ DE PRÉDIOS, SALAS, QUADROS,
PROGRAMAS, HORÁRIOS, CONCEITOS...
ESCOLA É, SOBRETUDO, GENTE,
GENTE QUE TRABALHA, QUE ESTUDA,
QUE SE ALEGRA, SE CONHECE, SE ESTIMA.
O DIRETOR É GENTE,
O COORDENADOR É GENTE, O PROFESSOR É GENTE,
O ALUNO É GENTE,
CADA FUNCIONÁRIO É GENTE.
E A ESCOLA SERÁ CADA VEZ MELHOR
NA MEDIDA EM QUE CADA UM
SE COMPORTE COMO COLEGA, AMIGO, IRMÃO.
NADA DE “ILHA CERCADA DE GENTE POR TODOS OS LADOS”!
NADA DE CONVIVER COM AS PESSOAS E DEPOIS DESCOBRIR
QUE NÃO TEM AMIZADE A NINGUÉM.
NADA DE SER TIJOLO QUE FORMA A PAREDE,
INDIFERENTE, FRIO, SÓ.
IMPORTANTE NA ESCOLA NÃO É SÓ ESTUDAR,
NÃO É SÓ TRABALHAR,
É TAMBÉM CRIAR LAÇOS DE AMIZADE,
É CRIAR AMBIENTE DE CAMARADAGEM,
É CONVIVER, É SE “AMARRAR NELA” !
ORA, É LÓGICO...
NUMA ESCOLA ASSIM VAI SER FÁCIL
ESTUDAR, TRABALHAR, CRESCER,
FAZER AMIGOS, EDUCAR-SE,
SER FELIZ.”

A ÁGUIA E A GALINHA

HISTÓRIA RETIRADA DO LIVRO: A ÁGUIA E A GALINHA
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa.
Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.
Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato - disse o camponês - É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não - retrucou o naturalista - Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não - insistiu o camponês - Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não - tornou a insistir o naturalista. – Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi para junto delas.
O camponês sorriu e voltou à carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não - respondeu firmemente o naturalista. – Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher- se da claridade solar e da vastidão do horizonte.
Nesse momento ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou... voou...até confundir-se com o azul do firmamento...”
AUTOR: LEONARDO BOFF

AMOR...

AMOR
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões (1524-1580)